segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Bip-Bip: A serviço da amizade!



Um dos pouquíssimos redutos que servem como centro de resistência ao bom samba e choro, o Bip-Bip possui essa agradável singularidade há anos, sob o slogan "A serviço da alegria". Na pacata rua Almirante Gonçalves, em Copacabana, o bip-bip é uma parada obrigatória para todo baratonista (e músico) que se preze.

Apesar de muito pequeno, o bar concentra grandes sambistas com outros músicos menos conhecidos. A roda de samba é algo frequente no botequim, principalmente às terças (a partir das 21:30 horas) e aos domingos (a partir das 20:00 horas). O som é sempre de muita qualidade, entretanto a roda não possui nenhum equipamento de amplificação. A música é tocada em volume baixo, devido às inúmeras reclamações dos moradores vizinhos e às ameaças de multa da prefeitura. Mesmo assim, uma multidão se aglomera na porta e no interior do estabelecimento, para acompanhar cada acorde e batucada dos grupos que se apresentam por lá.

Para manter toda essa disciplina, o dono do bar marca em cima de quem sair dos eixos! Conhecido por seu típico mau-humor, Alfredo está sempre presente no balcão de olho em qualquer transgressão que possa vir ocorrer. E ai de quem fizer mais barulho ou sujar o recinto com guimbas de cigarro! O Alfredinho para tudo e paga geral, sempre em prol da ordem e do bom-senso. Ir ao bip-bip e não ouvir uma bronca do Alfredinho é como ir no Arpoador e não ver o mar. Apesar de tudo, o dono do bar, botafoguense roxo, é uma figura muito querida por todos os frequentadores do Bip, o que torna uma atmosfera de amizade, descontração e bom humor. E foi nesse clima, nesse ambiente, que o baratonista registrou seu primeiro e oportuno pit-stop.

No cardápio, o bar trabalha somente com cervejas em lata da Itaipava. Ainda existem outras especiais, como a Petra escura, outras importadas e as tradicionais garrafas de destilados. Na cozinha, a especialidade da casa está nas porções de quibes, vitelinha e salaminho em fatias. Todos muito bem servidos e temperados. O preço também é bastante acessível, dentro dos padrões dos botecos populares.

O bar fecha as portas sempre no limite de meia-noite. Portanto, é válido chegar cedo, garantir seu lugar e curtir um som de qualidade!


Bip-Bip: Rua Almirante Gonçalves, 50 - Copacabana.
Tel: 2267-9696
O que seria uma maratona de bares? Teria esta um fim, um percurso exato? Existiria uma acirrada competição? Qual motivo de tamanha multiplicação, diversificação e popularização destes estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas?
A cada esquina, quadra, rua, bairro, lá estão eles, nos mais variados tamanhos, cardápios, preços e peculiaridades. Há quem não goste, mas o fato é que eles aí estão. Proliferam-se à custa do vício humano de desopilar-se, descontrair-se, papear, filosofar, azarar, ouvir, torcer e (por que não?) beber.
Presentes nas ruelas e rotinas do cidadão urbano, estes locais de relatos trágicos, cômicos e gloriosos conseguiram se entranhar na alma da sociedade carioca. O botequim já faz parte do hábito, da jeito e da musicalidade local. É marca cultural registrada com selo de qualidade dos bambas. É o merecido descanso de sexta-feira, do trabalhador. É a comemoração eterna do acadêmico aspirante. É pra lá que a gente vai!
O gene da boemia já circula no sangue de todos. Mesmo que não queiras. Mesmo que não bebas, ele está em você. Está em mim também.
Portanto, a baratona assim se inicia. Sem ter fim, sem vencedores e com duração tendendo ao infinito. Pingaremos por eles, sejam quais forem, todos terão destaques aqui. Os baratonistas estão em posição de largada.

Vai ser dada a largada...
Já!